A desconhecida ‘rede de sorrisos’ entre mulheres negras

Jamille Bastos

BBC News Brasil

Se você já viu duas mulheres negras se cruzando nas ruas e sorrindo uma para a outra, na maioria das vezes não é porque elas se conhecem ou já se viram em algum lugar.

A socióloga Vilma Reis, socióloga baiana especializada em Estudos Étnicos e Africanos, essa é uma prática que remonta a séculos atrás: “A gente aprendeu quando não era possível falar absolutamente nada – na brutalidade do tráfico transatlântico, muitas vezes foi somente com olhar que a gente construiu revoluções”.

O mesmo vale para os homens negros, que nesse caso se referem a essa troca em inglês como “nod”, um aceno ou o que pode ser chamado nas periferias de ‘salve’.

O poder da gratidão

Um pensamento que me transporta diretamente a um aprendizado que tive certa vez com uma religião oriental que estudei, na qual seus frequentadores cultuam os antepassados. Apesar da beleza do ritual, uma das coisas que mais me impressionaram foi o cálculo matemático apresentado por eles sobre os nossos elos de conexão – era algo que eu nunca havia parado para pensar. Para ter uma ideia, ao olhar para trás, para as últimas dez gerações, por exemplo, cada um de nós encontrará o incrível número de 1.024 pessoas que se ligaram umas às outras até chegar aos nossos pais, que, por conseguinte, nos permitiram nascer. Avós, bisavós, trisavós, tetravós, pentavós e o sempre crescente número de famílias que compõem a ascendência de cada um de nós me fazem repetir a mesma frase: não chegaríamos aqui à toa. Mas, acima de tudo, me despertam o sentimento que deveria reger toda a humanidade, o de gratidão. 

Abandonei a vida na cidade grande para ter mais afeto!

“Fomos para São Paulo com a ideia de ficar um tempo e lá se vão quase duas décadas. No início, éramos eu, meu marido e nosso primeiro filho. Na terra da garoa e de gente – por sorte – apaixonada por mineiros, construímos nossa história. Tivemos mais dois filhos.

Aprendemos que café com leite é “média” e que é preciso explicar que caipirinha é com pinga e limão, senão vem com morango, kiwi, vodka, saquê ou sei mais lá o quê.

Em São Paulo, trocamos de profissão, fincamos raízes, crescemos, aprendemos a amar essa cidade que, a uns, amedronta. Já não me via em outro lugar.”

VIDA SIMPLES

Hábitos e planejamento: como manter a casa organizada?

Se organizar a casa é algo tão difícil e doar ou vender o que não nos serve é um exercício difícil que coloca as nossas necessidades em dúvida, a ajuda de profissionais qualificados a isso não é só bem-vinda, mas essencial para nos tirar esse peso da mente. Assim como Marie Kondo em A Mágica da Arrumação (Sextante) e Nalini Grinkraut em Casa arrumada, vida leve (HarperCollins), os personal organizers nos guiam e mostram caminhos possíveis para uma vida mais simples e alinhada com nosso propósito. Afinal, a organização do lugar onde moramos nos diz muito sobre quem somos e o que queremos para nós ou nossa família.”

VIDA SIMPLES